Como viajar com o Dolphin

Muito legal, não sabia que dava para fazer isso no Plugshare. Nota-se que há uma diferença considerável entre as cidades, o que deve explicar a diferença no consumo na ida e na volta.

Sobre os riscos, eu achei importante citá-los justamente para contribuir com a decisão individual. Essa informação não estava no tópico.

Agora sobre qual carro desce mais rápido a ladeira: Pessoalmente acho que podemos desprezar a diferença de atrito na transmissão do carro â combustão e do elétrico. Minha justificativa para uma suposta maior aceleração seria outra. Eu gosto bastante de pensar nesses problemas de física, então segue meu raciocínio em defesa da maior aceleração o carro mais pesado:

Suponha dois carros com formatos idênticos, um mais pesado que o outro, descendo uma ladeira no neutro a 80km/h. Justamente por não estarmos no vácuo, qualquer carro em neutro descendo um declive terá que vencer o atrito de rolamento dos pneus com o chão e a resistência do ar. O atrito de rolamento é ligeiramente maior no carro mais pesado, mas muitas ordens de grandeza menor que a resistência aerodinâmica de um automóvel a 80km/l, que tem ma relação quadrática com a velocidade. Então a força mais relevante agindo contra um veículo descendo uma ladeira no neutro é a resistência aerodinâmica, que é igual em ambos os carros.

A força que os acelera é a atração gravitacional, cuja fórmula é F=m.a. Sabemos que a aceleração gravitacional é a mesma para ambos, então o carro que sofre a maior força para descer é o mais pesado. Assim, o carro mais pesado acelera mais rápido porque ele sofre mais força para descer a ladeira e vencer as forças contrárias, que são praticamente as mesmas em ambos os carros.

É por isso que fora do vácuo, a velocidade terminal de dois objetos com formatos idênticos, ou seja, com o mesmo coeficiente aerodinâmico, será maior para o mais pesado.

Agora tratando o cerne da questão: Seria mais eficiente energeticamente colocar o carro em neutro em descidas?

Minha opinião é que a economia promovida pela prática coasting, se houver, será ínfima e praticamente impossível e mensurar. Ou seja, suponho que qualquer economia notada ao fim de uma viagem seja causada por outros fatores. Por exemplo, um motorista realizando coasting em descidas está ativamente preocupado com o consumo, então ele pode estar ajustando outros parâmetros de condução, como aliviar o pé de forma geral. Outro problema é comparar a ida com a volta, apesar de não serem comparáveis. Isso poderia explicar um suposto consenso sobre o coasting ser mais econômico.

Eu defendo o uso do controle de velocidade (cruise control), como explico abaixo comparando com o coasting.

Se a descida for muito acentuada, o cruise usa a regeneração para manter o carro em uma velocidade segura e armazena parte da energia potencial nas baterias. Já o coasting transforma parte da energia potencial em energia cinética (velocidade) adicional. Como a resistência aerodinâmica aumenta de forma quadrática com a velocidade, a perda será bastante grande, mas não tenho dados para comparar com a ineficiência da regeneração. Eu chutaria, sem muita convicção, que ambos os processos sejam similares a médias velocidades e que o costing perde eficiência rápido em altas velocidades devido ao alto arrasto aerodinâmico. Tudo isso obviamente considerando que ninguém entrou na frente e o freio não-regenerativo do neutro foi utilizado, jogando fora qualquer suposto benefício do coasting.

Se a inclinação da descida for exatamente o necessário para manter o carro na mesma velocidade, o cruise efetivamente vai colocar o carro em neutro, sem regenerar ou acelerar, apenas realizando pequenos ajustes.

Se a inclinação for insuficiente para manter a velocidade do carro, o cruise vai usar apenas a energia necessária para manter a velocidade. Em coasting, o condutor faria o mesmo depois de perder velocidade no neutro.

Assim, não vejo nenhum explicação técnica para uma vantagem energética no uso do coasting. Peço desculpas pelo post tão longo para explicar minha opinião, mas achei importante deixar a explicação detalhada para os leitores do fórum porque acredito que a prática de coasting aumenta os riscos de acidente sem uma contrapartida de economia de energia.

Ok, é que lembro de ja ter lido sobre os perigos de andar no neutro aqui no fórum, provavelmente em outro tópico, como eu acompanho aqui frequentemente, eu não tenho costume de ler as mensagens mais antigas de cada tópico. Mas tranquilo, cada um toma sua propria decisão.

Também acho física interessante, então sobre a fisica, ainda acho que o atrito da transmissão da combustão é maior do que o elétrico, mas concordo que o ar é muito mais relevante. A formula que você utilizou não é de gravidade e sim de força, mas acredito que você quis dizer a de peso né? que é praticamente igual.
Mas mesmo assim, isso não influencia na aceleração. A aceleração da gravidade é constante pra todos os corpos no planeta(salvo variações regionais). A massa do objeto não tem influência na aceleração.

Segue uma fonte de referência:
Matemática da gravidade - Invivo).

O seu argumento de que o mais pesado desce mais rapido, faz mais sentido dizendo que o mais pesado, possui mais energia potencial/cinética, portanto o atrito do Ar demora mais pra fazer ele perder velocidade, e a velocidade terminal vai ser maior porque a força contraria do atrito do ar tem que ser maior pra equilibrar a força do peso. No caso do carro seria a força resultante do peso já que o carro preferencialmente vai estar em um plano inclinado, e não em queda livre.

@rsarres já discutimos isso em outro tópico, não vou me alongar ou criar polêmica, mas sua visão é de um carro a combustão. O Neutro no Dolphin é eletrônico e não mecânico, é possível mudar de Neutro para Drive e vice-versa em meio segundo. Muito mais rápido que mudar de uma marcha para outra em um carro manual por exemplo, procedimento que é considerado “seguro”. E sim, é mais econômico usar o neutro. Não estou incentivando ninguém a fazer isso, cada qual faz o que acha conveniente, confortável e seguro.

Tanto aceleração do motor quanto a regeneração tem perdas. Uma forma de minimizar essas perdas em uma descida seria controlar o pedal do acelerador para ficar no zero kW, sem acelerar ou sem acionar o freio regenerativo. Isso é extremamente difícil de fazer manualmente, mas o carro já tem essa funcionalidade, quando colocamos no neutro o inversor faz exatamente isso, ajusta as fases do motor para manter a potência no zero.

Ai vc pode perguntar “Ué, não é melhor recuperar energia na descida do que não recuperar nada?” Não existe energia grátis, ao regenerar na descida o carro vai perder velocidade (perde energia cinetica) e vc vai ter que acelerar e gastar mais energia para atingir a mesma velocidade que teria se tivesse descido em Neutro. Obviamente se for preciso frear, aí usa-se a regeneração. Esse exemplo é valido quando não é necessário frear ou ultrapassar a velocidade da via.

Na região que ando corriqueiramente entre SP e Campinas o uso do coasting traz uma economia mensurável. Já fiz o trecho com velocidade média de 100 km/h consumindo entre 10 e 11 kWh/100km. Uso a rodovia Bandeirantes que tem limite de 120 km/h, então fico entre 90 e os 120 km/h, diminuindo na subida e ganhando velocidade no plano e no “topo” da descida. Percebi que dar uma leve acelerada no começo da descida o carro vai mais rápido o trecho todo do coasting, ajudando na velocidade média. Na topografia da região o ganho de velocidade não é grande na descida, então não tem muita diferença referente ao arrasto aerodinâmico. Outros lugares podem dar resultados diferentes.

Se uso o piloto automático fica entre 13 a 15 kWh/100 km mantendo a 100 km/h.

Ah, se quiser calcular as diferenças de energia em relação a altitude, dá uma olhada nesse tópico:

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Hoje fiz o teste do coasting

Depois que aprende a forma de colocar o neutro, fica bem tranquilo, basta colocar a alavanca para cima de forma leve e segurar um pouco, se não segurar o sistema “acha que foi um esbarrão

Determinei alguns parâmetros, caso embalasse a mais que 110, colocaria no D para regenerar, exceto se já tivesse no final da descida, ou fosse uma descida longa com pouca inclinação,

Trajeto plano voltava a acelerar quando caísse a 100km/h

E se fosse subida íngrime deixava descer até 95km/h (na minha cabeça gasto menos energia deixando cair um pouco a velocidade na subida)

Fiz o mesmo trajeto de 200km, e gastei 27kw, 3kw a menos que o normal, ou 5%, sendo que vim bem mais rápido! 12 minutos a menos

Antes toda descida deixava regenerar e a velocidade caía até uns 79km/h, meio que uma velocidade de equilibro, e parava de cair a velocidade

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Parece ter utilidade somente se vc aproveitar um embalo da decida carregando o carro com energia cinética e na sequência vem algo quase plano para voar no modo vela usando Neutro.

Na prática consigo ter mais eficiência no consumo de energia… acredito ser essa faixa de três porcento

Qual perrengue já passaram em viagens (autonomia)? Comprei um d. Plus agora e estou bem receoso em viajar. Medo.

Experiência de hoje

Pela manhã, estava fresco, sozinho no carro, andando entre 90 e 100km/h, deu 8km por kW


@ricardonbr Sugestões:

  • Primeiro, acostume-se com o carro. O carro elétrico tem uma resposta instantânea na aceleração, quando a gente dirige tem a mania do carro a combustão de pisar mais fundo no acelerador. No elétrico, além de desnecessário isso aumenta muito o consumo. Então é bom dirigir um pouco para ter uma ideia de sua média pessoal. A tendência é melhorar como tempo

  • Tendo uma noção do seu consumo (motorista+carro), aí tem que fazer um planejamento básico de autonomia, sempre com uma margem de segurança, e distância da sua viagem e verificar se vai precisar recarregar pelo trajeto ou não

  • Se precisar de recarga, verifique a infraestrutura no trajeto. Quantos mais pontos tiver, mais tranquilo.

  • Compre um carregador portátil. Mesmo que vc não use, é uma paz de espírito saber que pode carregar o carro em qualquer lugar se precisar.

  • Boa viagem!!!

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LEGAL. Uso um GS, com o pouco costume de ser sutil com aceleração e frenagem muito nos 10kW/por 100km… e o meu resumo ao desligar o carro fica muito próximo disso tipo 30km 3,1kW… no seu resumo aparecer bem diferente se for mesmo 8 kW… chegou a comparar?

Olá Júlio, percebo q é bem técnico e detalhista nas explicações e dicas. Tenho reparado um consumo médio de 6%(no meu uso Dolphin GS) na ida e também na volta… com pouca variações em trajetos/horários/trânsito diferentes.

Sinto falta de indicação de consumo e quantidade no tanque em kW… Visto que ao carregar vejo na tela do carregador e na tela do carro em kW, no resumo ao desligar o carro também mostra em kW e média de consumo são kW…

Será q tem onde visualizar isso ou depende de uma atualização surgir com essa demanda?

Vejo q as falhas presentes em outras coisas ainda não tem nem comentários com previsão…

Acho que faz falta tb um indicador em kW, na prática acabo fazendo como vc, vou controlando por porcentagem da bateria. Outra coisa básica que faz falta é um computador de bordo, que até carro popular tem, onde podemos ver consumo após zerar o trip por exemplo.

Estava preocupado em não deixar carregar até 100% toda vez em casa, então comecei a calcular esse percentual para estimar em amperes como colocar o carregador de viagem e conseguir interromper antes…(não instalei o WallBox ainda), mas lendo conteúdos aqui no fórum vi q não é significante isso.

Mesmo assim no menu de configurações de carregamento inteligente poderia ter a opção de parar após tantos kW ou qdo atingir um percentual, o horário só serve se vc utiliza tarifa branca com a concessionária de energia ou quer fugir do pico de consumo com chuveiros elétricos ligados simultaneamente… Tenho horários alternativos de banho e dormir, não serve pra mim por enquanto.

Vc percebeu que no volante tem um botão menu/voltar, onde no modo PARKING vc consegue selecionar aquele teste de aceleração, visualizar quantas horas de condução e consumo, mas tem uma opção q fica em branco ?

Será um bug ou ainda vão implementar algo ali…