Eu vejo alguns “obstáculos” nessa abordagem. Mas o principal deles é a escala de produção.
Pra grande maioria, uma bateria de híbrido seria mais que suficiente no dia a dia, fato. Mas muitos precisariam de uma bateria maior de vez em quando.
Pra uma pequena parcela, uma bateria gigante faria diferença, ainda que também seja eventualmente.
Ai entra a questão da escala de produção. As baterias precisariam ser modulares o suficiente para permitir o cliente escolher o tamanho do pack de baterias na hora da compra. Porém a plataforma ainda precisaria ser capaz de acomodar e suportar o peso do maior pack possível, fora que a plataforma de muitos elétricos tem a bateria como um dos seus pontos estruturais, e a ausência da bateria nesse espaço poderia comprometer a estrutura.
Se observarmos a mudança na oferta de opções e opcionais ao longo do tempo, percebemos que mesmo uma VW da vida, já não oferece muitas opções de configuração. Isso porque a escala permite baratear o custo/investimento da planta, minimizar perdas e falhas.
O risco de uma abordagem dessas é 90% dos carros saírem com baterias de < 30 kWh, e as montadoras começarem a deixar as baterias maiores de lado, aumentando custo, tempo de espera e diminuindo a oferta de opções com mais autonomia.
A minha opinião pessoal é que as baterias não devem subir significativamente em capacidade, até 100 kWh tende a ser um ponto de equilíbrio. O que eu gostaria de ver mesmo é a eficiência melhorar ainda mais. Um carro que consiga, consistentemente, fazer 10-12 kWh/100km ganharia autonomia significativamente sem a necessidade de aumentar demais a bateria.
No meu uso, a bateria de 60 kWh já fez diferença logo na primeira viagem. E, mesmo não chegando em estações abaixo de 20-25%, essa capacidade extra entre Plus e GS já é a paz de espírito pra fazer uma perna ligeiramente mais longa em viagens.
No meu ponto de vista, ninguém compraria um carro a combustão precisar ser abastecido a cada 200km. Mesmo que fosse um carro extremamente eficiente e a baixa autonomia fosse devido ao tanque pequeno, em paralelo a bateria pequena. Levando em conta o padrão de uso, o carro a combustão poderia ter um tanque de 10-15 litros e ainda atenderia bem boa parte da população. Claro que o custo do tanque de combustível é irrisório comparado ao da bateria e não haveria um benefício direto dessa redução, mas o ponto é sobre experiência mesmo.