Mais bateria ou menos bateria?

A grande maioria aqui coloca que quanto mais autonomia, melhor. Mas tem o contraponto do artigo: precisa mesmo?

Para o meu Plus, concluí da experiência até agora que se ele tivesse vindo com 30kwh de bateria (metade), teria sido tudo igual pra mim, com exceção do carregamento mais frequente.

Considerando que a bateria corresponde a 50% do custo do VE, não me surpreeenderia se o mercado se segmentasse em carros urbanos e mais baratos com baterias cada vez menores, e carros de cruzeiro, mais caros e com grandes baterias.

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Eu vejo alguns “obstáculos” nessa abordagem. Mas o principal deles é a escala de produção.

Pra grande maioria, uma bateria de híbrido seria mais que suficiente no dia a dia, fato. Mas muitos precisariam de uma bateria maior de vez em quando.

Pra uma pequena parcela, uma bateria gigante faria diferença, ainda que também seja eventualmente.

Ai entra a questão da escala de produção. As baterias precisariam ser modulares o suficiente para permitir o cliente escolher o tamanho do pack de baterias na hora da compra. Porém a plataforma ainda precisaria ser capaz de acomodar e suportar o peso do maior pack possível, fora que a plataforma de muitos elétricos tem a bateria como um dos seus pontos estruturais, e a ausência da bateria nesse espaço poderia comprometer a estrutura.

Se observarmos a mudança na oferta de opções e opcionais ao longo do tempo, percebemos que mesmo uma VW da vida, já não oferece muitas opções de configuração. Isso porque a escala permite baratear o custo/investimento da planta, minimizar perdas e falhas.

O risco de uma abordagem dessas é 90% dos carros saírem com baterias de < 30 kWh, e as montadoras começarem a deixar as baterias maiores de lado, aumentando custo, tempo de espera e diminuindo a oferta de opções com mais autonomia.

A minha opinião pessoal é que as baterias não devem subir significativamente em capacidade, até 100 kWh tende a ser um ponto de equilíbrio. O que eu gostaria de ver mesmo é a eficiência melhorar ainda mais. Um carro que consiga, consistentemente, fazer 10-12 kWh/100km ganharia autonomia significativamente sem a necessidade de aumentar demais a bateria.

No meu uso, a bateria de 60 kWh já fez diferença logo na primeira viagem. E, mesmo não chegando em estações abaixo de 20-25%, essa capacidade extra entre Plus e GS já é a paz de espírito pra fazer uma perna ligeiramente mais longa em viagens.

No meu ponto de vista, ninguém compraria um carro a combustão precisar ser abastecido a cada 200km. Mesmo que fosse um carro extremamente eficiente e a baixa autonomia fosse devido ao tanque pequeno, em paralelo a bateria pequena. Levando em conta o padrão de uso, o carro a combustão poderia ter um tanque de 10-15 litros e ainda atenderia bem boa parte da população. Claro que o custo do tanque de combustível é irrisório comparado ao da bateria e não haveria um benefício direto dessa redução, mas o ponto é sobre experiência mesmo.

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Comprariam sim. Era só o tanque de gasolina ser responsável por 50% do custo do carro a combustão, como é a bateria no VE…

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A usabilidade pro de combustão é bem pior pra viver numa baixa autonomia. Você precisa ir num posto. No elétrico a usabilidade é infinitamente melhor: chega em casa e põe na tomada.

O ponto principal é o range anxiety mesmo, como você mesmo citaz utilizando o termo “paz de espírito” ao comprar o plus. Eu tenho também, mas como diz a matéria, em 99% dos casos, uma bateria bem menor já serviria. Mas a ansiedade de autonomia não torna uma boa opção de mercado ainda.

Em geral, as pessoas com medo de elétrico usam muito esse argumento preconceituoso (vais ficar no prego), o que aumenta está característica da indústria: tem q fazer baterias maiores, que não são usadas, pra tratar uma ansiedade do mercado.

Mas ainda acho q essa ansiedade vai e está diminuindo e veremos novos modelos com baterias menores e consequentemente mais barato.

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Meus 2 elétrons nessa história.

Para quem tem só um carro, bateria pequena é um saco, inviavel. O problema não é o uso no dia a dia, o problema é não ter margem de manobra pra nada, ainda mais com a estrutura precária de recarga.

Já como segundo carro, um carro mais barato com bateria menor poderia ter mercado.

Mas essa discussão está ficando datada, com a queda vertiginosa de preço nas baterias, a questão do custo fica cada vez menos impactante no resultado final.

O custo atual na China está abaixo de 60 dólares por kWh. Em um Dolphin GS seriam USD 2700 dólares para um carro que custa USD 13700.

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Rapaz, eu fico tentando conciliar isso com aquele caso reportado ano passado aqui em que a CSS/BYD queria cobrar R$ 240.000 por uma bateria nova…

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Bacana a análise do artigo.

Fui buscar a primeira parte do artigo original
How Much Range Do You Need In An Electric Car?

Minhas considerações:

1 - Nos mercados onde o valor dos carros é mais acessível em relação aos salários, acredito que devem sim aparecer carros com autonomias/baterias menores pra servirem como veículos do dia-a-dia enquanto mantém outro para viagens.

2 - Também acho que devem continuar desenvolvendo autonomias/baterias maiores, imagino que pelo menos até um range de 1000km, mesmo que sejam em veículos muito mais caros.

3 - A infraestrutura e a tecnologia se expandindo e evoluindo, como de repente as “estradas com carregamento por indução” ou outras formas de híbridos com combustíveis verdes ou sintéticos tbm podem mudar essa balança pra qualquer lado.

Eu aqui inicialmente queria um carro 100% elétrico e só acabei no Híbrido por causa dessa questão do Range, família espalhada em diferentes lugares, eu precisaria de pelo menos 450km de range sem preocupações pra conseguir ir sem paradas até os destinos e mesmo em alguns mais próximos, mas mais do interior de SC, eu ficava com receio em função da infra inexistente, então teria que contar com autonomia pra ida e volta, ou carregamentos lentos em tomadas comuns…

Então os 18,3kW da minha bateria atendem tranquilamente os deslocamentos diários, carrego a cada 3 dias, às vezes mais… e nas viagens não me preocupo. Minha mãe agora está morando há 80km da minha casa, então tenho ido com frequência visitar ela, sempre carrego a bateria total antes de ir lá e vou com o SAVE em 70%, na volta eu ativo o EV pensando em chegar com a bateria “zerada” em casa e carregar novamente.

Esses dias fiz um teste de sair de casa com 30% de bateria e rodar esses 80km carregando a bateria, não marquei exatamente, mas com uns 50/60km rodados já tinha carregado até os 70% novamente, mas não me parece que valeu a pena o gasto extra de combustível mas foi só pra testar mesmo.

Por enquanto na minha situação aqui o Híbrido é o melhor dos dois mundos.

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Por isso frisei a questão da experiência depois de mencionar a questão do custo.

Sim, minha questão com a experiência seria mais pensando em carga pública.

Não vejo muito como questão de range anxiety, pelo menos não no meu caso. Essa margem de segurança eu levo mais em conta para não precisar ficar parado esperando uma carga terminar pra começar a minha. Já aconteceu de chegar e encontrar carregador ocupado e essa margem ser suficiente pra ir para o próximo.

Exato! Aqui estamos precisando de um segundo carro, se encontrasse um iCar a um preço minimamente razoável, certamente seria a opção. O nosso uso aqui não justifica um Mini.

O problema dessa abordagem é a questão da oferta e escala de produção e os carros com autonomias maiores se tornarem produtos “abacaxi” nas linhas e candidatos a serem descontinuados, ou se tornarem produtos extremamente caros.

Também acho que há mercado para carros baratos com tipo 100km de autonomia para uso urbano somente (tipo um kei car elétrico). Talvez o maior obstáculo para a adoção seja o range anxiety típico de quem nunca teve VE, de achar que uma autonomia dessas não vai ser suficiente.

Acredito também que para os que como eu e muitos aqui nunca tiveram episódios de range anxiety ao longo desse tempo com VEs, o tamanho da bateria deve deixar de ser um spec relevante na decisão do próximo VE.

Não é o foco desse video, mas quando falaram de carro com pouca autonomia, só pro uso no dia-a-dia. Lembrei desse carro/triciclo do vídeo.

O uso mais comum, e o indicado, para carro 100% elétrico, é circuito urbano de até 70/80 Km por dia. Quem tem carregador em casa, não precisaria se preocupar com autonomia.
Eu rodo no máximo 300Km por semana. Carrego uma vez por semana. Eu não tenho carregador em casa. Então, menos do que entrega o Dolphin Plus me faria perder mais tempo, mas não seria um problema.
Agora, se vc precisa andar muitos quilômetros diários, usa estrada com frequência, vai passar perrengue com bateria.

Minha conclusão particular a respeito.

Preço de carregamento. Baterias menores exigem constantes recargas fora da residência. Em rodovias, então nem se fala. Pelo que estou percebendo nos trajetos rodoviários (quando realmente necessito recarregar fora de casa), o preço do kWh cobrado é superior a R$ 2,00, chegando a próximo de R$ 3,00 em alguns casos. Em determinada cidade que acompanho o preço da energia nos carregamentos, já tem estação de recarga subindo o preço igualzinho ao concorrente. Pode ser coincidência? Pode, mas o oposto também pode. Será que o carro à gasolina deixou esse mal exemplo?

Então, minha decisão é, quanto menos depender de postos de carregamento, melhor. Para isso, preciso de uma grande bateria (Aion V) ou de um carro com melhor eficiência energética (Renault Megane e-tech).

A liberdade tem preço!