Ponto Morto (ou N)

Puxa vida, hoje mesmo mais cedo estava apreciando o coasting do Plus no standard, ele te segura pouco (na minha humilde opinião) e ainda devolve energia.

Pense que sempre podia ser pior, já usou o modo one pedal ou os elétricos de 1a geração? Seria o oposto do off, algo como o modo super-high, insuportável. :grinning_face:

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No novo YU7 da Xiaomi tem a opção “custom” para a regeneração, com um slider que dá para definir entre 0% (coasting) até 100% (one pedal).

Quem sabe no futuro a BYD passe a copiar algumas coisas dos concorrentes chineses.

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Inspirado pelo @Surak , resolvi ressuscitar outro assunto polêmico: coasting.

Tenho feito algumas viagens curtas com Dolphin Mini, e ele é bem gastão acima dos 80 km/h. Fazendo alguns testes, percebi que usar o Neutro tem uma diferença enorme, brutal, no consumo na estrada. Coisa de baixar de 14-15 kWh/100km para 11 kWh/100km.

Um exemplo, fiz uma viagem até o aeroporto de Guarulhos, que fica a 91 km de distancia. Saí com 70% de bateria e cheguei no aeroporto com 42% (gasto de 28% média 11,7 kWh/100km). Na volta, como a marginal tinha menos trânsito, fiz com 24% (média 10 kWh/100km). Fiz em 1 hora, ou seja, média de 90 km/h, lembrando que é media, na cidade um pouco menos e na estrada mantendo entre 90 e 110 km/h e usando coasting sempre que possível.

Na prática, deixava o carro rolar sempre que possível e só “engatava” o Drive quando a velocidade baixava de 90 km/h (velocidade máxima que mantinha quando precisava acelerar)

Ah, e antes que reclamem que usar o Neutro é perigosíssimo e pode causar uma explosão nuclear, sugiro que leia esta tópico antes.

Fez caminhos diferentes na ida/volta? Achei curioso conseguir fazer mais coasting e, por consequência, melhor consumo na volta dado que a altimetria na volta de SP pra Campinas é desfavorável.

Sim, mesmo caminho, mas em dias diferentes (o carro ficou em um estacionamento perto do aeroporto). Na ida tinha muito transito na Marginal Tietê e acabei ligando o ar algumas vezes. Na volta estava mais a noite, sem trânsito e ar desligado (só ventilação).

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Puxa! É uma honra ser citado por você, Júlio!

Sinceramente falando, acho ligeiramente menos seguro do que manter o tempo todo em “D”, mas não é nada do outro mundo que uma pessoa que dirige bem e está acostumada com a usar controles eletrônicos não possa usar com certa segurança. Não precisa ser astronauta ou piloto de caça. Mas cada um deve julgar seus próprios limites. Tem gente que acha complicado usar embreagem e marchas, então acho que estas pessoas não devem tentar coasting.

Vou relatar minha experiência pessoal. No começo, constatei que quando usava coasting, realmente o consumo de energia diminuía um pouco. Mas achava que a Física da coisa não fazia tanto sentido (conservação da Energia Mecânica, atritos, eficiência de regenaração…) então fiz um experimento no sentido de tentar reproduzir o coasting usando o acelerador, mantendo a potência no painel zerada.

Pelo que pude observar, o resultado é muito próximo de usar o coasting. É um pouco difícil manter o indicador de potência exatamente no zero, mas dá pra deixar bem perto. Então, hoje em dia, parei de colocar no “N”, considerando as vantagens de deixar no “D” e tentar controlar a tentação de pisar mais no acelerador nas descidas. Acho que o coasting funciona mais porque acabamos pisando menos.

Explicando melhor, por exemplo, no começo das descidas, quando a velocidade está abaixo do que gostaríamos (porque tinha trânsito por exemplo, ou porque era um aclive longo e íngreme que escolhemos não pisar muito no acelerador), acabamos pisando um pouquinho mais no acelerador para chegar na velocidade desejada, às vezes sem perceber direito, conscientemente. Com o coasting, limitamos o ganho de velociadade à ação da gravidade com certeza.

Ou seja, a velocidade média de todo o trajeto acaba sendo menor, o que reduz as perdas por atrito. Precisaria repetir o experimento mais vezes, para ter um resultado mais cientificamente aceitável, mas decidi fazer coasting com o acelerador desde então, considerando praticidade e uma eventual situação de emergência que uma fração de segundo para engatar o “D” possa fazer diferença.

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Com uma pessoa dirigindo, é praticamente impossível controlar todas as variáveis como trânsito, temperatura, velocidade e forma de condução. E quando cito forma de condução, eu me refiro ao condutor acelerar mais ou menos em trechos específicos.

A velocidade média não será a mesma, até porque a premissa do uso do Neutro é deixar o carro ganhar velocidade na descida, armazenando a energia potencial em cinética que será usada na subida seguinte.

Então eu diria que a repetição desse teste com um condutor dirigindo por longos trechos não tem como apresentar qualquer validade científica. É apenas uma observação anedótica.

Eu fiz o teste e tentei controlar o maior número de variáveis possível. O que fiz foi comparar dois cenários:
1- Percorrer um trecho de declive seguido por aclive com o cruise control ativado na velocidade da via.
2- Percorrer o mesmo trecho, colocando o carro em Neutro no início do declive e deixando ele seguir em N ganhando velocidade até retornar à velocidade da via no aclive.

Assim, o mesmo carro percorreu o mesmo trecho duas vezes com minutos de diferença e sem trânsito. Eu filmei o painel do carro em ambos os casos, analisei o vídeo frame a frame e fiz uma planilha compilando os dados de consumo instantâneo e calculando o gasto energético no trecho.

Fiz o teste duas vezes em locais distintos. Meus resultados consistentemente indicaram que o uso do neutro é menos eficiente. Ou seja, meus resultados indicam que armazenar a energia potencial na bateria pela regeneração e usar essa energia no aclive seguinte é mais eficiente do que deixar o carro ganhar velocidade (energia cinética) e usar a velocidade no aclive seguinte.

Acredito que esse resultado derive do arrasto aerodinâmico, que aumenta de forma quadrática com a velocidade. Assim, quanto maior a descida e maior a velocidade que seu carro atinja no Neutro, maior a perda por arrasto aerodinâmico. Com o cruise configurado para a velocidade da via, o arrasto segue constante.

Mas é claro que a velocidade média do uso do Neutro em comparação com a velocidade constante será maior, afinal, essa é a premissa do uso do Neutro: deixar o carro ganhar velocidade.

Sobre a segurança, não há dúvida que é menos seguro usar o Neutro, para piorar, acredito que essa prática ainda gasta mais energia. Em minha opinião, um perde-perde.

Mas não estou dizendo categoricamente que estou certo, apesar de acreditar que meu teste seja a melhor aproximação científica do caso apresentado no forum, então acredito no meu resultado. Apenas apresentei o que fiz com provas, vídeo, planilha, resultados e cada um toma sua decisão.

Segue o link do debate e dos testes:

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Sim, @rsarres ,é difícil fazer o teste de forma verdadeiramente científica, mesmo percorrendo o mesmo trecho, há muitas variáveis, como tráfego, direção e velocidade do vento, temperatura, pressão dos pneus…

Outra coisa, depende muito da inclinação do declive, porque num declive acentuado, ficamos “satisfeitos” com a aceleração, mas num declive mais suave ficamos “tentados” a pisar mais no acelerador. O uso do cruise control também não é garantia, porque num aclive mais acentuado, o cruise vai “meter o pé” e aí entramos em outra polêmica que é a do “pisar menos na subida é mais econômico ou não”…

Eu também fiz os meus testes e a conclusão que cheguei é válida pra mim. Mas está longe de ser um experimento exato e conclusivo. A única garantia de menor consumo é uma velocidade mais baixa. Mas ir muito abaixo do fluxo da rodovia pode implicar em um risco de segurança, também.

Em suma, mantenho no “D” e dou uma maneirada no pé, tanto em aclives quanto em descidas, mas em aclives mais acentuados deixo chegar no limite da rodovia, daí pra frente, aproveito a regeneração. Sei que a eficiência da regeneração não é 100%, mas deixar a velocidade subir indefinidadmente tem riscos e aumenta o atrito. Na prática, engato o cruise ao chegar no limite da rodovia, na descida e desligo o cruise pra fazer uma subida mais suave, mesmo perdendo um pouco de velocidade.

Peço que façam o teste com o Mini. É bem diferente do GS ou Plus. E a fisica continua lá. As perdas são muito maiores no Mini, o Neutro basicamente desliga os circuitos dos IGBTs e não alimenta os enrolamentos do motor, eliminando essas perdas em potência/rotações maiores. Quando deixa no zero, simulando um coasting, o motor e o IGBT continuam funcionando e gerando/consumindo corrente, causando perdas. Essas perdas são mais acentuadas em componentes menos eficientes (em geral mais baratos).

No Seal, por exemplo, não faz a menor diferença o coasting.

Enfim, não tenho tempo nem paciência para fazer mais testes um pouco mais “científicos”, apenas destaquei meu uso pessoal.

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Não afirmo que o cruise seria garantia para economia, apenas usei para eliminar o fator motorista da equação.

Exatamente, e isso acontece porque o arrasto aerodinâmico é muito punitivo em velocidades maiores. Logo, usar o Neutro em descidas para ganhar velocidade como forma de economia não deveria funcionar justamente pelo aumento acentuado de perdas aerodinâmicas.

Minha opinião é que testes anedóticos indicam na direção de economia por diversos motivos. O primeiro seria que ao dirigir com esse pensamento constante de economia e estudando momentos de colocar o carro no Neutro reflete também nos momentos em que o carro está em Drive, com acelerações mais comedidas. O segundo motivo seria uma velocidade média mais baixa, parte pelo foco do motorista na economia e talvez por deixar o carro perder bastante velocidade nos aclives para extrair cada gota da energia cinética.