Caros, abro um tópico que acho que tem sido subexplorado aqui, e vejo bastante gente nove meio perdida, sem experiência. A primeira pergunta que se faz é: devo instalar um wallbox? Sim, esse é o ideal, por várias razões: a) custo de kwh é 1/2 a 1/3 do preço do kwh no carregador rápido comercial; b) carga a menor potência prolonga a longevidade da bateria; c) você carregará à noite, não perderá tempo e ainda gerará menos sobrecarga sobre nossa rede elétrica. Há um 4o fator, emocional, eu pelo menos acho o momento de colocar o carro para carregar mágico, gostaria até de ouvir de outros irmãos aqui se sentem o mesmo. É quase um fetiche…
A segunda pergunta é: posso instalar wallbox no meu prédio? Esta questão depende de 4 fatores: a) se o prédio tem entrada de carga suficiente para suportar esse e outros carros elétricos; b) se o quadro elétrico está atualizado a pronto para suportar uma carga adicional; c) se há caminho viável entre o seu relógio e o ponto de carga para se passar fiação com segurança. Estando estes 3 fatores ok, entra o fator d), que é a interpretação do Síndico / Conselho / Assembleia.
O meu prédio adotou - informalmente - a política de liberar a instalação de wallbox na vaga de garagem, com todos os custos por conta do morador, com ligação ao seu relógio e apresentação origatória de ART.
No terceiro ponto de carga instalado, contratamos um engenheiro que por uma semana deixou um equipamento medindo o consumo do prédio inteiro, incluindo 1 dia medindo a zeladoria (todas as áreas comuns). Nossa sorte que a medição foi realizada em novembro naquela semana mais quente da história, não precisou nem de stress test (pedir para todos os moradores ligarem o ar por um tempo ao mesmo tempo). A medição levou à conclusão de que se poderia ter ‘n’ walboxes adicionais de 7kW cada, o que nos proveu conforto face à entrada de novos VEs. Também agora sabemos que, à medida que os VEs vão entrando, talvez vc comece a ter uma, duas, três quedas no transformador de entrada da Enel, que em geral é subdimensionado por razões econômicas. Aí a Enel trocará o transformador por um maior, e haverá mais carga para a entrada de mais VEs, até que, lá na frente, talvez será o caso de pedir mais uma linha de energia para o prédio. Sabemos onde estão os gargalos e temos um roadmap.
Nosso prédio tem 3 pisos de garagem, o relógio fica no 1o piso e os VEs dos pisos abaixo sofrem pois o cabeamento tem que percorrer todo o teto do 1o piso, descer por uma parede e voltar quase todo o caminho. Acabamos de aprovar uma obra que cria ‘shafts’ para estes dois pisos, inclusive com um tipo de ‘tatuzão’ que fura laje, de modo que a fiação dos novos VEs passe por aí e seja muito, muito mais curta. O próximo passo será criar regras mais específicas, talvez até limitando a potência de uso do wallbox, e obrigando toda instalação a seguir a NBR 17019-2022.
Assim, a quem está colocando um VE na garagem, vale muito a pena ter o wallbox e vale lutar por ele, trabalhe com a administração para garantir que a infra-estutura está ok, se não estiver trabalhe para que façam uma atualização, pois, como o @Celso , hoje é 1 VE no condomínio, amanhã serão 2, depois de amanhã podem ser 10.
Nem falei de outras alternativas, como vagas específicas para recarga e uso de carregadores como serviço, ou seja, um provedor aluga toda a infra e provê a medição de uso de cada unidade para a cobrança posterior no condomínio.Pessoalmente não gosto deste modelo pois cria dependência de terceiros e é mais um custo recorrente, mas há muitas situações em que se mostra o modelo mais viável.
Deixo o espaço para que os colegas compartilhem a sua experiência - ou dúvidas - sobre instalação de wallboxes em condomínios.