Esse é um problema que pode ocorrer em qualquer sistema de ar condicionado, veicular ou não.
O ar condicionado gera água pela condensação e cria um ambiente interno nos dutos escuro e úmido, mesmo com o dreno perfeitamente funcional e eliminando a água do carro. Esse ambiente é perfeito para a proliferação de microrganismos como bactérias e mofo que geram esse odor. O clima pode piorar o problema, pois um clima seco ajuda a secar o sistema quando o carro está parado.
Pessoalmente já tive esse problema em todos os carros que tive, sem nenhuma falha do sistema. É possível que o projeto interno do sistema de refrigeração da cabine de veículos diferentes tenha área de superfície úmidas diferentes. Então alguns carros podem ser mais afetados simplesmente porque a área interna dos dutos seja maior, mas não tenho prova disso.
Como o Lysol mata esses microorganismos, tende a funcionar até que eles voltem. Trocar o filtro de ar da cabine ajuda, pois ele pode estar impregnado com esses organismos.
Agora algumas observações que tenho a compartilhar:
Em carros anteriores, eu tinha o costume de desligar o ar condicionado e aumentar a ventilação forçada minutos antes de chegar no meu destino para secar os dutos. É uma sugestão comum, mas não tive sucesso em eliminar o problema, parece até que piora. E olha que há meses em Brasília com umidade do ar abaixo de 10%.
Além disso, observo que ao desligar o ar condicionado e manter a ventilação forçada, o odor aumenta imediatamente. Tenho a teoria sem comprovação que o ar em temperatura ambiente no sistema úmido aumenta a atividade dos microorganismos, que estavam menos ativos pela baixa temperatura do ar condicionado, como se estivessem em uma geladeira e agora não estão mais. É possível que deixar o ventilador tempo o suficiente seque os dutos a ponto de matar os organismos, mas não funcionou para mim.
Então, minha opinião é que a alternância constante da potência do ar condicionado como ocorre no sistema automático de temperatura interna é um potencializador do problema. Motivo: Quando o compressor do ar liga, o sistema interno resfria, gerando mais condensação. Quando a temperatura da cabine atinge a temperatura alvo, o compressor desliga (ou reduz a potência de trabalho se for inversor, como eu acho que seja o caso do Dolphin), aumentando a temperatura do ar nos dutos e criando o ambiente úmido, mas não tão frio a ponto de inibir a proliferação. Por isso o odor pode surgir depois de alguns minutos com o ar condicionado ligado, pois o ar inicial era muito frio e inibia as bactérias até a cabine atingir a temperatura desejada.
Enfim, um monte de observações sem nenhuma comprovação, mas como eu sempre gosto de pensar sobre os processos a minha volta, já pensei muito nisso.