Como prolongar a vida útil da bateria de tração?

O consumo da bateria não é linear e em viagens acima de 300km fica muito perceptível, devido inclusive a duração do uso continuo. Quanto mais tempo o sistema de refrigeração atua, menos km sobram para rodar com o passar das horas. 1 ou 2 kw por hora é bastante para quem precisa de quase tudo.

O painel mostra o consumo passado e nenhum cálculo que fizer manualmente vai acertar o percentual após mais 100km. Há algum tipo de perca e não é pequena. Isso sem contar o pé e o relevo. Acima de 70km/h eu percebo alguma perca e só aumenta se acelerar mais. Indo a 60km/h ele tende a cumprir o que tá no painel.

Essa questão da vírgula e arredondamento pode ser programada de várias formas, inclusive sem arredondar.

Depois de uma semana observando meu trajeto regular cheguei à conclusão de que o consumo se manteve o menos, porém, a estimativa da porcentagem realmente fica menos precisa abaixo de 30%.

Meu trajeto tem cerca de 12km e, todos os dias, o consumo foi entre 1.2kw e 1.3kw, a variação justificada por diferenças no trânsito. Um dia mesmo o consumo foi de 1kw, porque peguei o caminhão o caminho todo a 30-40km/h e sem pontos de ultrapassagem. Monitorei esse trajeto desde 54% até 27%.

Um negócio interessante que notei hoje pela manhã, com relação à precisão da porcentagem, foi a porcentagem baixar 3% na ida (majoritariamente declive) e apenas 1% na volta (majoritariamente aclive) em um trajeto relativamente curto hoje. Porém, o consumo de 2.2kw se manteve consistente com a distância percorrida. E aqui entra a questão do arredondamento, 2.2 / (60/100) = 3.6666... ou seja, arredondou praticamente 0.4% pra baixo.

Sobre o consumo exibido no painel. Quando eu fico parado com o ar condicionado ligado, o consumo no painel chega a mostrar até 1kw, mesmo com o carro parado. Não sei se outros sistemas do carro também exibem da mesma forma.

Com certeza, mas você pode mudar isso? Porque pra mim só mostra arredondado. Então meu comentário anterior sobre o arredondamento continua pertinente.

Não sei qual foi o comentário anterior. Vi apenas vários colegas comentando como se arredondar fosse obrigatório. Eu não tenho o código fonte, então não posso dizer qual é o tipo de tratamento na exibição do %. Aliás, eu uso a km disponível porque eu não percorro % e sim km.

A minha percepção é que a km total disponível exibida no painel foi arbitrada devido a questões comerciais. Todo o desdobramento parte desse total inicial que é furado. E além disso, ocorrem percas que não são consideradas durante o desdobramento, o que provoca uma situação onde percorrer 100km resulta em uma km disponível menor do que o que foi percorrido e menor ainda nos 100km seguintes. Algum tipo de perca sobre perca.

Para uso em curtas distâncias, abaixo de 60km/h e com uso de regeneração constante isso vai sendo compensado. Para uso contínuo, acima de 60km/h e sem uso da regeneração, fica muito evidente. Ou seja, tanto a km disponível quanto o % não estariam sendo atualizadas considerando o consumo real recente.

Não precisa do código fonte :slight_smile:

Arredonda pra baixo com menos de 0,5% e não com menos de 0,0 cravado.

Quando lemos a carga via OBD2 ele exibe com uma casa decimal, daí essa observação da forma do arredondamento.

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O comentário anterior é sobre como o arredondamento pode nos levar a ter uma percepção de estar gastando mais ou menos porcentagem da bateria.

Infelizmente, para o uso comum do dia a dia, temos que nos contentar com a porcentagem arredondada e 0 casas decimais, então eu me atento mais ao consumo exibido ao final do que à porcentagem da bateria. Para fins de comparação, acabei de fazer o mesmo trajeto de manhã, mas com mais trânsito gastei menos, 1.9kw (3.1666) mas a porcentagem baixou os mesmos 4%.

A autonomia fixa, opcional no Plus e obrigatória no GS, é constante mesmo. Pegaram a autonomia de algum ciclo, provavelmente o chinês, e chumbaram lá.

A autonomia dinâmica do Plus é mais furada ainda, aqui sempre mostra a mais, mas nunca chega perto dos 509km que chega a mostrar quando tá em 100%.

Como essa autonomia é ciclo híbrido, em longas distâncias em ciclos rodoviários, é praticamente impossível de bater.

A conta pra mim é, se o painel mostra 50% de carga, significa que eu tenho alguma coisa entre 49,5% e 50,4999…% de carga.

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Segue o teste e vê se consegue fazer tantos ciclos quanto poderia no início. Se você tem 60,5kW e consome 1,3kW por trajeto, deveria poder fazer algo em torno de 46x esse trajeto. Não fará. A carga vai sumindo em algum momento.

Esse é um teste praticamente impossível de ser realizado. Usamos o carro pra trajetos diversos, não como uma linha de ônibus. Alguns trajetos maiores/menores vão surgir no meio.

@dawtaylor não acho que precise de uma linha de ônibus pois o carro “nunca chega perto dos 509km que chega a mostrar quando tá em 100%”.
Então o teste em um percurso de 12km que consome 1,3kW entre 54% e 27% da bateria não vai jamais demonstrar qualquer tipo de consumo, muito menos que é estável.

Além disso, o inmetro já constatou que o carro não faz o que mostra no painel. Não sei onde acontece a perca, mas ela existe e não é pequena.

Da forma como você colocou precisaria ser como uma linha de ônibus. Eu jamais vou fazer 46 trajetos com uma carga porque eu sempre vou usar em outros trajetos entre os testes.

Mas em referência à diferença. Já comentei antes que meu trajeto diário consome isso quando está próximo de 100%, hoje foi pra incluir o resultado com nível de bateria entre 54% e 27%, e o resultado foi o mesmo, cerca de 1.2kw a 1.3kw.

A diferença do Inmetro para o uso real se deve ao fato de eles executarem os testes em um percurso controlado. E também porque eles não rodam até acabar a bateria durante a aferição. São várias passagens pelo mesmo percurso, onde fazem a média e extrapolam para a capacidade total do carro. Mais ou menos como você fez ao estimar os 46 percursos no meu trajeto.

Alem disso, a metodologia do Inmetro é diferente da europeia e da chinesa, então os resultados serão diferentes.

Existe uma perca e me parece que degrada mais ao longo do consumo da bateria. Alguém falou mais acima que não é linear e eu concordo. É apenas isso :slightly_smiling_face:

Sobre o percentual, arredondamento e demais percepções dos colegas, não tenho a intenção de invalidar nada. Só acrescento que, se testar o consumo em diferentes %, mesmo sem mudar o trajeto, vai perceber que a km restante “evapora”. Deixo a minha contribuição por aqui para não ficar repetitivo.

Mudando um pouco de assunto, mas nem tanto. O Dolphin Plus de você sempre mostra 509km ao final da carga? Em 7 meses com o carro, o meu fez isso uma 3x. Se modo geral ele marca 498km. Recentemente fiz uma carga usando o carregador portátil em 32A e ele mostrou novamemte os 509km. Próxima carga foi no Wallbox e voltou para os 498km. Fiz mais uma carga no carregador portátil e manteve os 498km. Tentei também fazer a carga com o portátil em 16A (220v), mas novamente ficou nos 498km no final.
Estou apenas curioso para saber se para vocês esse valor de 509km é constante.

O valor de 509km aparece apenas na autonomia dinâmica e depende de:
consumo dos últimos 50km, modo (eco, normal, sport) e se o AC está ligado ou não. Só percebi essas variáveis pra mostrar 509km, já apareceu pra mim carregando tanto em 7kw como em 11kw

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A autonomia exibida no painel, seja ela dinâmica ou estática, é furada.

Carreguei meu carro hoje, mostrava 501km de autonomia com 100%, mesmo com consumo de 14,9kwh nos últimos 50km. Conta que não fecha, pois precisava de uma bateria de 75kwh pra bater.

Depois de rodar 52kw, mostra 428km, mesmo com consumo de 20,1kwh.

Se fosse de acordo com os últimos 50km, deveria mostrar algo próximo de 250km.

Se a conta fosse de acordo com o rodado desde a recarga, deveria mostrar algo próximo de 380.

Enfim, não me guio por essa autonomia dinâmica. Tá claro que é feito de forma otimista pra mostrar autonomia maior que a real. Mas achei interessante compartilhar.


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Obrigado por compartilhar as variáveis @Roluber . Meu intuito inicial era de que, mantidas essas variáveis, a redução desse número ao final da recarga pudesse indicar que o BMS estivesse descalibrado, ou mesmo uma possível degradação. Mas, de fato, o seguro é ficar sempre coletando métricas de consumo e autonimua para ir comparando e analisar se começa a aparecer uma mudança no padrão.

Pessoal, a BYD postou na sua rede do aplicativo orientações da bateria. Maioria que a gente já sabe. Só tem um dado lá que acrescenta ao que é discutido aqui.

https://dilinkappoversea-br.byd.auto:8666/staticHtml/shareH5/communityShare.html?share_id=513125051055616000

O que chamou minha atenção é que ela define o que é uma descarga profunda pra fazer a carga completa regularmente.

Para carros híbridos: SOC entre 20 e 25%

Para carros elétricos: SOC abaixo de 5%

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Para quem quiser acessar as dicas de bateria no app, vai na 1a tab “Residência”, desce umas stories até chegar na de conservação da bateria (quando vi era a 6a story da lista). Parabéns ao valoroso funcionário (ou estagiário?) que localizou a GUI do app para o Brasil transformando a tab “Home” em “Residência”.

Vendo as recomendações da Byd, e como algumas diferem do manual, ou até entre si no próprio texto do app, fiquei inicialmente confuso, e concluí que a verdade absoluta é que não há verdade absoluta.

Mas remoendo o assunto, veio a epifania: se os grandes pecados estão nos extremos, estão a virtude estaria no meio. Pensando que a bateria consiste no movimento dos íons de lítio do ânodo para o cátodo, uma bateria a 0% ou 100% significa um excesso de íons junto a um ou outro, promovendo reações colaterais que afetam estes terminais e com isso a vida útil da bateria. Por esse raciocínio, a bateria teria seu momento de menor desgaste em torno dos 50%. Até por isso essa recomendação de manter o carro nessa faixa de 40-60% quando ficar parado por muito tempo.

Agora, acho que consigo fazer uma síntese do procedimento “ideal” com baterias:

  1. Quando chegar a 40%, carregar para 60%. Alargar ou diminuir essa faixa conforme o quanto você roda por dia (ex. se você usa 40% da carga por dia, mantenha na faixa 30-70%).
  2. Periodicamente (1 vez por semana) carregar a 100% para calibrar por cima.
  3. Periodicamente (a cada 3-5 meses) deixar chegar a 5% para calibrar por baixo, e carregar a 100% em seguida.

Em termos técnicos, isso seria manter a bateria em equilíbrio homeostático. Em termos filosóficos, seria o Caminho do Meio do Tao (filosofia tão asiática quanto a bateria :slight_smile:) ou o ditado romano “in media stat virtus”.

Assim, para quem queira maximizar a vida da bateria, esse pode ser o melhor procedimento, e fazer cargas diárias pequenas ainda tem o benefício de permitir usar potência mínima (1-3 kW), aumentando mais ainda a potencial duração da bateria.

Lembrando que o mundo não acaba (nem a bateria) quando você segue as suas próprias praticas. Mesmo chegando a 0% o mundo não acaba. Uma vez na CSS o mecânico escaneou o meu Plus e de repente comentou: “ele teve um evento há 1 ano atrás no pátio, parece bateria zero”, aí ele se tocou e desconversou. Deve ter acontecido comigo e com um monte de gente daqui, aí penso “pra que tanta neura de conservação da bateria quando ela já foi tão mal tratada antes de ser sua”? E a minha bateria continua dando a mesma autonomia depois de um ano de uso. A própria ausência de casos relatados de autonomia comprometida depois de um ano e meio de vendas mostram qua a durabilidade é muito boa

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Menção honrosa à tradução de “single” no app de recarga inteligente para “solteiro”.

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A questão da calibração cabe um adendo.
Quem carrega exclusivamente em carregador AC, não precisa fazer calibração com tanta frequência. Tanto que a própria BYD já derrubou essa coisa da calibração das revisões e manual atualizados.

Eu postei acho que em outro tópico um vídeo do canal Engineering explained que fala sobre essa questão das recargas e faixa ótima de operação. Ele aponta para um estudo realizado por um laboratório independente que definiu 30 à 60% como faixa de operação melhor, com resultados até surpreendentes revelando que entre 30 e 40% é o ponto de menor stress para os cátodos e eletrodos.